segunda-feira, 30 de setembro de 2013

BRÁULIO X BRAYNER – A PENA E A ESPADA

Etevaldo Amorim¹

Publicado no nº 2 da Revista do Arquivo Público do Estado de Alagoas, cujo lançamento se deu na tarde do dia 27 próximo passado, no Museu Palácio Floriano Peixoto. À solenidade compareceram, entre outras autoridades, o Diretor do APA, Dr. Marcos Vasconcelos Filho e o Dr. Álvaro Antônio Melo Machado, Secretário-Chefe do Gabinete Civil.

O Diretor do APA, Marcos Vasconcelos Filho.

O Dr. Álvaro Antônio Melo Machado, Secretário-Chefe do Gabinete Civil. Foto: Agência Alagoas.





RESUMO

Dois homens, de convicções bem diferentes, são levados pelo destino a um encontro fatal na Praça dos Martírios, palco de um dos mais importantes acontecimentos da história de Alagoas. Braulio Cavalcante e o Tenente Brayner. Cem anos são passados, mas aqueles fatos adquiriram tal magnitude, que nos impõe a tarefa, quase dever, de registrá-los para conhecimento desta geração e das gerações futuras.

sábado, 7 de setembro de 2013

A POESIA DE SABINO ROMARIZ

DE LARVA EM AVE

Sabino Romariz

Eu me vou transformar em vala tenebrosa,
Triste vala comum, quando cadáver for,
Na corola gentil de aromática rosa,
Ou no caule hibernal de uma esquálida flor.

Em lírio, talvez, de feição caprichosa,
Mais roxo q’a saudade e mais triste q’a dor,
Que do sono e da paz do cemitério goza,
Uma vala comum sob um céu multicor.

Então, pela tardinha, ao frouxo sol do ocaso,
Qual macerado olhar, bem de lágrimas raso,
Ao despertar da lua e quando tomba o sol.

Aos lampejos do luar pelas ínvias estradas
Eu poderei soltar canções apaixonadas
Carne livre do mal, ditoso rouxinol.
____________
Retirado do jornal A Flor, Penedo-AL, 20 de outubro de 1909.

A POESIA DE PÃO DE AÇÚCAR



PÃO DE AÇÚCAR


Marcus Vinícius*


Meu mundo bom

De mandacarus

E Xique-xiques;

Minha distante carícia

Onde o São Francisco

Provoca sempre

Uma mensagem de saudade.


Jaciobá,

De Manoel Rego, a exponência;

De Bráulio Cavalcante, o mártir;

De Nezinho (o Cego), a música.


Jaciobá,

Da poesia romântica

De Vinícius Ligianus;

Da parnasiana de Bem Gum.


Jaciobá,

Das regências dos maestros

Abílio e Nozinho.


Pão de Açúcar,

Vejo o exagero do violão

De Adail Simas;

Vejo acordes tão belos

De Paulo Alves e Zequinha.

O cavaquinho harmonioso

De João de Santa,

Que beleza!

O pandeiro inquieto

De Zé Negão

Naquele rítmo de extasiar;

Saudade infinita

De Agobar Feitosa

(não é bom lembrar...)


Pão de Açúcar

Dos emigrantes

Roberto Alvim,

Eraldo Lacet,

Zé Amaral...

Verdadeiros jaciobenses.

E mais:

As peixadas de Evenus Luz,

Aquele que tem a “estrela”

Sem conhecê-la.


Pão de Açúcar

Dos que saíram:

Zaluar Santana,

Américo Castro,

Darras Nóia,

Manoel Passinha.


Pão de Açúcar

Dos que ficaram:

Luizinho Machado

(a educação personificada)

E João Lisboa

(do Cristo Redentor)

A grandiosa jóia.


Pão de Açúcar,

Meu mundo distante

De Cáctus

E águas santas.

______________

Marcus Vinícius Maciel Mendonça(Ícaro)

(*) Pão de Açúcar(AL), 14.02.1937

(+) Maceió (AL), 07.05.1976

Publicado no livro: Pão de Açúcar, cem anos de poesia.


*****


PÃO DE AÇÚCAR


Dorme, cidade branca, silenciosa e triste.

Dum balcão de janela eu velo o seu dormir.

Nas tuas ermas ruas somente o pó existe,

O pó que o vendaval deixou no chão cair.


Dorme, cidade branca, do céu a lua assiste

O teu profundo sono num divino sorrir.

Só de silêncio e sonhos o teu viver consiste,

Sob um manto de estrelas trêmulas a luzir.


Assim, amortecida, tú guardas teus mistérios.

Teus jardins se parecem com vastos cemitérios

Por onde as brisas passam em brando sussurrar.


Aqui e ali tu tens um alto campanário,

Que dá maior relevo ao pálido cenário

Do teu calmo dormir em noite de luar.

____

Ben Gum, pseudônimo de José Mendes

Guimarães - Zequinha Guimarães.






PUBLICAÇÕES

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Pão de Açúcar, Cem Anos de Poesia